O natal de 2010

No início do mês de dezembro consegui ouvir por alguns segundos a voz dela primeira vez, era uma voz anasalada e grossa, tipo Pato Donald, tipo a voz da Nicolle Balls paniquete kkk voz de travesti(brincadeira), mas foi por alguns segundos apenas mesmo. Na escola eu ia de mal a pior, não conseguia focar, estava no 1º ano do ensino médio, minhas notas caíram consideravelmente, e eu só podia culpar a mim mesmo, pelo que eu fiz a mim durante 16 anos. Mas o ar cheirava a mudanças(drásticas). Consegui passar em todas as matérias, muito em cima das notas médias para aprovação, mas consegui. Pedi pro meu pai me levar para Campo Belo dia 08, mas só consegui ir dia 17, me lembro como se fosse hoje, eu sempre fico muito eufórico quando vou viajar independente da distância, muito ansioso sabe, mas meu temor era minha família, os adjetivos e apelidos de mau gosto que só me faziam mal. Cheguei em Campo Belo, na nova casa onde minha mãe fora morar, dei um abraço na minha irmã que morava com minha mãe na época e trocamos de lugar até o final de janeiro. Como sempre era de se esperar da minha mãe fui muito mal recebido(como se eu já não esperasse isso), o dia da temida festa se aproximava, mas eu não tirava aquela moreninha da cabeça, senti muita saudade de conversar com ela, já que na casa da minha mãe não tinha internet(como até hoje não tem, que vergonha pleno 2013 e não tem nem internet em casa) não tinha como eu falar com ela, saber se ela estava com raiva de mim por eu não querer ir pra Candeias, talvez ela nunca tivesse entendido… mas no momento sem lágrimas. Vamos à parte boa, que deu nome ao título, El Navidá. Durante o natal em família as piadinhas começaram, os avisos da minha avó e da minha mãe sobre eu não comer muito e lembrar que tem mais gente pra comer na frente de todos da família, só Deus sabe o quanto àquilo me destruía, meus primos todos riam, ninguém ficava perto de mim, falavam que eu tinha cheiro de gordura, me chamavam de porco espinho, meus primos não brincavam comigo e meus tios, aaaah meus tios, àqueles lá eu nem falo nada, mas como era de se esperar um grande terrível e enormemente gigantesco sofrimento. Mas eu tinha uma válvula de escape…o quartinho onde minha avó guardava a maquina de costura. Sim, eu me isolei, e confesso hoje 3 anos depois ainda faço isso durante essas mesmas festividades. Naquele meu isolamento, peguei meu celular e fiquei olhando a foto daquela moreninha que eu havia salvado. Olhando aquela foto, chorando um pouquinho eu passei pelo 25/12/2010, vivo! Eu sabia que em 2011 eu faria a diferença.

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